Frei Manuel da Conceição nasceu em Lisboa, em 1680. Professou no Convento de S.
Francisco de Évora, a 17 de Março de 1703, sendo aceite “por parte de organista”, quer isto
dizer que sabia tocar órgão. Veio depois para Lisboa, para o Convento de S. Francisco de
Xabregas, casa mãe da Província Franciscana dos Algarves, onde exerceu durante muitos anos
o cargo de Vigário do Coro,4 acumulando ainda o importante lugar de Guardião desde 1735.
Faleceu neste convento a 18 de Março de 1745.
Das várias obras que nos legou para a posteridade, foram publicadas em 1723 e, em
1732, respectivamente, o Manuale Seraphicum ad Altare, & Chorum cum Officio defunctorum,
variis Orationibus, Exorcismis &c. Pars prima, & secunda (Officina de Muzica, Lisboa), este
último reimpresso postumamente, em 1746, corrigido e acrescentado por um por um religioso da
Província,5 com o título Manuale Romano-Seraphicum ad usum Fratrum Minorum Provinciae
Algarbiorum Ordinis Sancti Francisci. Pars prima, Ulisipone, por Typis Bernardi Fernandes
Gayo. Pars secunda, por Michaelis Manescal da Costa. Destaca-se o Ceremonial serafico, e
romano para toda a Ordem Franciscana, e em especial para a observancia da provincia dos
Algarves (oferecido a Nossa Senhora Imaculada Conceição, padroeira da Ordem Franciscana),
editado em 1730, em Lisboa, pela Oficina de Musica, fonte e objecto do estudo presente, e que,
mais tarde, em 1744, foi complementado pelo Supplemento ao Ceremonial Serafico, e Romano da Provincia dos Algarves, em que se trata de algumas ceremonias, que se achao diminutas no
mesmo Ceremonial, e se corrigem outras, pela Officina de Miguel Manescal da Costa, em
Lisboa.